sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Da Série: Cada uma que me acontece... (3)

Essa aconteceu quando eu ainda trabalhava e estudava na Ilha do Fundão, mais conhecida como a ilha de Lost.

Eram 17:30 da tarde. Eu estava sentada bonitinha no 485, indo pra casa.
Quando, então, o ônibus passou pelo prédio da Faculdade de Letras e eu notei a entrada de um sujeito, digamos, exótico: Magrelo, branquelo (amarelado, quase), sem camisa e com cara de cracudo...

Já contei pra vocês sobre o meu preconceito visual, né? Então! Já fiquei logo preocupada com o sujeito. Mas como já tinha um tiozinho do meu lado, o sujeito se sentou atrás de mim.

Passados alguns minutos eu relaxei. O trânsito estava livre (mesmo no Fundão o trânsito é perfeito nas férias, né?) e o clima agradável. O ônibus, que tem como destino Ipanema, estava passando pela linha vermelha quando o sujeito malucão resolveu se manifestar.

Ele, que estava sentado no banco exatamente atrás do meu, começou a batucar e cantarolar, cada vez mais alto. Eu pensei sorrindo: "Poutz!". E, então, o tiozinho do meu lado, incomodado com o sol (e com o som, supus) trocou de lugar e o doidão resolver sentar do meu lado.

E aí enquanto ele olhava pra mim com ódio e cantava (em ritmo de rap, depois samba, depois funk), eu pude entender a letra da música: "Matadora de criancinha, vai sofrer na barriguinha, quis brincar de assassina e vai ter suas consequências..."

Gelei. Ele estava com uma mochila entreaberta no colo. Eu pensei: "Ferrou-se, vai tirar uma faca e enfiar na minha barriga". Pelo menos foi assim que eu interpretei a música do maluco.

Olhei desesperada em volta a procura de ajuda. NADA. Ninguém parecia estar notando nada de anormal naquela cena. Aliás, ninguém parecia estar ouvindo o cara. E ele continuava a cantar alto e a me encarar - uma mão dentro da mochila e a outra se segurando firme no ferro do banco.

Pensei: "Gente, será que esse cara é um fantasma? Num é possível, só eu to vendo isso?". E aí, todo esses anos de estudo da doutrina espírita e assistindo filmes como sexto sentido e exorcista, me fizeram acreditar que o cara estava desencarnado e que estava me dando um recado do além. JURO QUE EU COGITEI ISSO!

Olhei para fora, o ônibus tava passando pela feira dos paraíbas. Decidi que deveria encara-lo e, se ele fosse real, reagir e enfiar a faca na barriga dele. Então olhei bem pra cara dele e abri um sorrisão e então ele parou de cantar e perguntou: "Tá achando isso engraçado?". E aí eu pensei: "Eita, malucão!". E ele pra mim novamente: "Eu não sou maluco!". Aí eu tive certeza que ele era uma espécie de X-men, sei lá!

Meu ponto tava quase chegando e me preparei pra descer - Fechei o punho e levantei - e para minha surpresa ele simplesmente me deixou passar. Feliz, continuei caminhando e por fim desci, sem que nada de ruim acontecesse - Graças a Deus!

Atravessei a pista, entrei no outro ônibus e liguei chorando/rindo pra contar pra minha mãe...

Bizarresco, né?

3 comentários:

  1. caraca, história do mal. no coments!

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  2. Você é louca! Encara o cara e ri!
    Tipo: "sua melodia é linda e concordo com isso?"
    Cada história que me conta....
    Bjo Jaque

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  3. HAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHHAHA
    Tu não existe, Su! Puta que pariu!

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