segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Da Série: Cada uma que me acontece... (2)

E vou contar sobre a única vez que fui assaltada...


Eu sempre me gabei de que, embora morasse no Rio de Janeiro, nunca havia sido assaltada.
Na verdade, eu sempre tive muito cuidado e prestei muita atenção em tudo ao meu redor, até que um dia...

Meu ex-chefe costumava me dar carona até a faculdade, já que para ele era caminho pra casa. Como eu estudo na UERJ, ele me deixava em frente ao Maracanã e eu sempre fui muito agradecida por isso, já que me poupava dinheiro e tempo no trânsito.
Um dia, eu saí do carro, em frente à estátua dio Bellini, falando ao telefone. Continuei andando e falando por alguns minutos e, ao desligar, enfiei o celular no bolso esquerdo da calça e no mesmo segundo reparei que estava sendo seguida por um rapaz alto, todo encasacado, com as mãos no bolso e com a cabeça tapada pelo gorro da jaqueta e por um boné.
Enfiei a mão no bolso direito para pegar minha chave e usá-la como soco inglês nele, mas ele foi mais rápido e já tinha bloqueado meu caminho e me empurrado até a estátua...

Ladrão (com a mão dentro do casaco, com um certo volume): Num adianta esconder não que eu vi o celular...
Susan (apalpando o casaco do cara pra saber se era faca, arma ou dedo): Perae, cara, fica tranquilo aí!

E aí eu descobri que o cara estava me ameaçando com o dedo, sabe, fingindo que era faca...

Susan: ¬¬'
Ladrão (de pelo menos 1,80): Tá achando que eu não posso te bater? Me da logo essa porra desse celular...
Susan (pensando rapidamente): Tá, calma, posso só pegar o chip?
Ladrão (meio chocado!): Tá, tá beleza! Pega essa droga desse chip e me dá o celular!

Tentei, em vão, tirar o chip...

Susan (Falando alto, pensando que alguém podia me ajudar): Cara, nunca consigo abrir essa porra. Você pode ficar com o celular, só me dá o chip ok?
Ladrão (abrindo o celular, tirando a bateria...): Tá, só cala a boca! Toma aqui esse chip...
Susan (Olhando ao redor...estava sozinha com ele): To quieta, ué!

Ele pegou o celular, olhou pros lados e foi na direção de mais dois sujeitos mal encarados.

Eu corri na direção de uma daquelas "tocas" da PM, enquanto sacava meu outro celular pra ligar pra polícia.
Liguei, expliquei o ocorrido, e corri o mais rápido que pude.
Chegando lá, em prantos, contei para um guardinha gordo o que havia acontecido.

Polícia: Ele te machucou?
Susan: Não, to só com raiva. Eu podia ter enfiado a porrada nele, sabe? Eu sou faixa marrom. Mas eu travei porque ele era maior do que eu e achei que podia ter outros caras na jogada...
Polícia: Você fez bem em não reagir, menina...Fica calma!
Susan: Num dá, cara, to com ódio!

Eu fiquei horas chorando. Chorava de revolta e de indignação.
Depois de dois anos, eu até rio da história. E me preocupo comigo mesma: Cara, como que eu meti a mão no cara pra revistar ele? E se ele estivesse armado mesmo? E outra, filhodaputa me assaltou com o indicador! Grrr!

=P

2 comentários:

  1. Parece um amigo meu. O cara sabia judô e karatê mas na hora do assalto foi tudo pra cucuia. O medo trava a gente. Talvez tenha sido o melhor pra você.

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  2. Tu é maluca garota! E também em volta do maraca é foda né, tb fui perseguida uma vez!

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