sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Da Série: Aconteceu com a Bia...(7)

Sim, cacas acontecem na vida da menina Bia.

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Para mim, as manhãs são sessão de tortura. Começando pelo despertador. O bicho toca quatro vezes até que eu me lembre da fatídica existência do Henry.

Como de manhã considero que “não sou ninguém”, já deixo tudo arrumado para só realizar funções mecânicas: colocar blusa... colocar calça... colocar casaco... colocar meias... calçar sapato... e por aí vai. Hoje já começou sendo um dia atípico. Resolvi que não queria usar a roupa que me tinha escolhido no dia anterior. Aquele desespero para achar algo que combine! Realmente, meu cérebro e minha função lógica são uma tragédia em início de dia.

Mas enfim consegui uma combinação que me satisfizesse e parti para o trabalho.

Embarquei no costumeiro 220 e comecei a viagem de meia hora até a Visconde de Inhaúma. Saindo do ônibus, começa a começar o dia. Função: desviar das pessoas que mal sabem andar na rua e atravancam o caminho dos outros. Essa tarefa é a pior do dia. É como se eu saísse do ônibus e me deparasse em um formigueiro, com as formigas tudo birutas de terem tomado cachaça.

Finalmente, chego na São Bento, no meu caminhar tranquilo e arrojado. Caminho pelo meio da rua porque na calçada tem gente e estou cansada de desviar. Porém, vem um caminhão gigante. Se não for para a calçada, ele há de me atropelar.

É aí que meu nojo e minha tristeza e minha aflição começam.

Estou na calçada nem 5 segundos, caminhando e cantando (cantando é forçar a barra, mas beleza), quando cai uma avalanche em cima de mim. Meu pensamento: “Tinha que ser comigo... @#$% pelo menos é só água”. E ao passar as mãos pelo cabelo, sinto aquela sujeira impregnada, e vejo a verdade nua e crua em minhas mãos: sujeira, areia, imundice no meu cabelo! A vontade que tive de chorar... ninguém imagina. Minha vontade foi voltar para casa e tomar um banho. Mas, que meleca, não podia! Ou, melhor ainda, voltar e arrebentar a cara do cara que derrubou aquilo em cima de mim e nem veio implorar pelo meu pedido de desculpas (pensando na história do crime suicídio perfeito dos elásticos...)! Aff, queria socar o imbecil do cara! Bem, é mentira, admito. Eu quero socar e arrebentar o imbecil do estúpido do cara até ele voltar no tempo e se tornar uma pessoa sensata e não derrubar coisas na cabeça dos outros! E se fosse um tijolo, hein, hein?!

Infelizmente, a vida é um bagaço de injusta. O que mais podia fazer? Vim trabalhar... Implorar pela ajuda da Helena para tornar meu cabelo menos grudento. Tentar tirar as manchas da minha roupa, do meu corpo...

Resumindo: a funcionária Beatriz Levy permanecerá nojenta e indócil até o fim do dia até poder tomar um banho.

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