terça-feira, 3 de abril de 2012

Da Série: Aconteceu com a Bia...

E começando mais uma série.
Bia é uma amiga que tem um senso de humor bastante incomum e uma criatividade absurda para contar histórias.
De vez em quando, eu recebo um e-mail dela contando episódios divertidos e emocionantes. Com a devida autorização, essa e outras histórias serão postadas aqui, para alegrar as vidas de vocês...

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Saí do trabalho para mais um dia de tarefas em casa. Reservo as segundas-feiras para passar pano molhado pelo APT. Antes, estava lá eu pensando no quase ônibus escolar 220: “Passo ou não passo no supermercado? Eis a questão.” Decido ceder à necessidade e dar uma passada rápida pelo Pão de Açúcar. Até gosto de lá, é calmo, tranquilo. Bacana. Mas os laços do destino resolvem cortar minha ligação com meu destino imediato quando vejo o supermercado apagado. Penso: “Ótimo, a culpa não é minha, vou direto para casa.”


Chego, passo o fatídico pano molhado pelos quartos, sala, cozinha, quarto de empregada. Depois de tudo feito, banho tomado, jantar ingerido, deito no sofá para ver TV. Claro que o resultado não foi diferente do previsto: acordei duas horas depois. Meu único pensamento quando levantei do meu macio e gostoso sofá: voltarei a dormir. Mas antes, notebook, livro e etc e tal. Quando resolvo dormir, duas horas depois, dou uma passada para aquele copo de água gelado na cozinha.

E aqui começa o terror. Visualizem minha cara de horror, espanto, incredulidade e desespero quando vejo um ponto marrom correndo para a porta da sala.

Pensei: “Ferrou. O que faço agora? Como poderei dormir diante do pensamento de ter tal monstro habitando aposento tão próximo ao meu quarto?”. Resolvo ser forte. Tornei-me guerreira. Quase uma Amazonas. Uma Amazonas morrendo de medo, mas tudo bem. Primeiro: onde encontra-se meu chinelo? Tinha deixado na cozinha. Ufa. Menos um problema. Imagina se eu tivesse que cruzar a porta da cozinha para a sala para pegar qualquer calçado? Estaria ferrada, pois era lá que o monstro habitava. De posse de minha mais nova arma, eu tinha duas chances de acertar o alvo, afinal, tinha dois chinelos. Lancei um. Errou o alvo. Quase chorei. Mas consegui que a besta fosse para a sala, permitindo-me a travessia da cozinha para lá. O diabo estava atrás do ventilador. Chutei o ventilador para longe, o importante era não dormir com aquilo estando vivo ainda. Imagina se entra nas minhas sacolas de roupa, na minha bota, eca. Mirei novamente. Errei. Começo a entrar em desespero maior ainda, berrando aos céus “Por quê, por quê?!?!?!” Mas eis que os deuses me agradam com um presente, um desafio, um milagre: a barata está de cabeça para baixo! “Sim! Se ela continuar nessa posição, posso matá-la facilmente!”. De esperanças reacesas, coração batendo, pernas tremendo, suando frio, chego perto do intruso, pedindo às forças do Acaso para manter a desgraçada naquela posição, e que ela não desvirasse comigo tão perto quanto estava.

Páá! Morreu. A criatura devassa morreu!! Peguei um milhão de papel toalha para jogar aquele traste miserável no lixo, fechei bem o saco plástico, e voilá, missão cumprida!

Após tal aventura, e após relaxar meu corpo de tanta adrenalina, pude adentrar o mundo dos sonhos sabendo que no mundo havia menos um demônio vagando pelas proximidades...

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